**Novembro Azul: desafios culturais na saúde dos homens em MS** *Lei consolida campanha de prevenção ao câncer de próstata no estado, enfrentando preconceitos.* Há dez anos, o deputado estadual Zé Teixeira, do PSDB, lançou um projeto que se tornou fundamental para a saúde masculina em Mato Grosso do Sul: a campanha de prevenção ao câncer de próstata, batizada de Novembro Azul. Colaborou nesta iniciativa o ex-deputado Marquinhos Trad, resultando na Lei nº 4.636, que transformou a campanha em política pública. Apesar do sucesso, a adesão ainda enfrenta resistências culturais significativas, impactando o diagnóstico precoce. "Além da doença, precisamos desafiar o preconceito que impede muitos homens de buscar avaliações médicas", declarou Zé Teixeira, destacando que a campanha não se trata apenas de iluminação de prédios em azul ou uso de fitas, mas sim de mudar mentalidades. O Novembro Azul simboliza, portanto, uma batalha não só contra o câncer, mas também contra os tabus que impedem cuidados adequados com a saúde masculina. Teixeira enfatiza que sua proposta foi o início de um caminho cuja evolução depende de políticas públicas eficazes e transformações culturais para que os homens cuidem melhor da saúde. Atualmente, o câncer de próstata figura entre as condições que mais afetam homens na região, com uma média de quatro óbitos por semana e mais de 1.200 novos casos previstos anualmente. **Superando a resistência** Mesmo com avanços, o obstáculo central continua sendo a relutância masculina em procurar serviços de saúde. Pesquisas apontam que muitos homens evitam exames essenciais devido ao temor, vergonha ou crenças arcaicas de que "cuidar da saúde é demonstração de fraqueza". As inovações médicas atuais, que oferecem tratamentos menos invasivos e mais eficazes, aumentam as chances de cura com diagnóstico precoce. Em 2023, o Brasil contabilizou mais de 70 mil novos casos do câncer de próstata, que é o segundo mais comum entre homens no país, representando cerca de 29% das ocorrências. Zé Teixeira reforçou a necessidade de aprofundar o diálogo, sobretudo com os jovens. "Se conseguirmos alterar a mentalidade das novas gerações, asseguraremos homens mais conscientes e famílias mais protegidas no futuro", afirmou.