Sábado, 06 de Dezembro de 2025

Bolsonaro recebe visita de Michelle na PF em meio à prisão preventiva

Ex-primeira-dama foi flagrada acompanhando o ex-presidente até a saída da superintendência, um dia após sua detenção.

24/11/2025 às 08:00
Por: Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na tarde deste domingo, 23 de novembro de 2025, na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, onde ele está sob prisão preventiva desde o sábado anterior, 22 de novembro. O encontro, que durou algumas horas, foi parcialmente capturado por imagens televisivas da rede CNN, que flagraram o ex-presidente acompanhando Michelle até a saída do edifício onde permanece sob custódia, evidenciando a intensa repercussão do caso.

 

A visita da ex-primeira-dama foi previamente autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a uma solicitação da defesa de Bolsonaro. Michelle Bolsonaro havia interrompido uma agenda de trabalho no Ceará, onde participava de um evento do Partido Liberal (PL), e retornou à capital federal na tarde de sábado, imediatamente após tomar conhecimento da ordem de prisão preventiva que recaiu sobre seu marido.

 

Declarações e posicionamentos da ex-primeira-dama

Antes de sua visita, Michelle Bolsonaro utilizou suas redes sociais para se manifestar publicamente, pedindo aos apoiadores do ex-presidente que continuassem em oração. Em uma de suas publicações, ela escreveu uma mensagem de fé e resiliência, afirmando: “Deus não perdeu o controle de nada. Ele reina. Seu trono tem como fundamento a justiça e o juízo”, buscando confortar os seguidores em meio à situação.


“Pedi para ele não desistir da Laura. Eu pedi para ele não desistir de nós e para ele continuar firme, porque eu estarei aqui ao lado dele, junto com vocês, que estão de pé orando, intercedendo para que tudo venha se resolver.”


Em outra manifestação pelas redes sociais, a ex-primeira-dama expressou a preocupação com o impacto dos acontecimentos sobre a filha do casal, Laura. Além disso, ela teceu críticas ao ministro Alexandre de Moraes, sugerindo que a determinação da prisão no dia 22 teria um “simbolismo” intencional, em alusão ao número 22 do Partido Liberal e à multa de 22,9 milhões de reais aplicada à legenda por litigância de má-fé em 2022, após contestar o resultado do segundo turno da eleição presidencial.

 

Detalhes sobre a prisão preventiva

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi executada pela Polícia Federal no sábado, 22 de novembro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A decisão judicial mencionou um “eventual risco de fuga” como justificativa principal, citando uma tentativa do ex-presidente de violar a tornozeleira eletrônica que utilizava e a convocação de uma vigília por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, nas proximidades da residência onde cumpria prisão domiciliar, o que poderia, segundo a decisão, facilitar uma possível evasão.

 

Na sexta-feira, 21 de novembro, véspera de sua prisão, Bolsonaro teria tentado abrir a tornozeleira eletrônica com o uso de uma solda, um incidente que gerou um alerta imediato à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), responsável pela monitorização do equipamento. A defesa do ex-presidente, por sua vez, argumenta que o episódio foi decorrente de “confusão mental e paranoia” causada pela interação de medicamentos, afirmando que Bolsonaro colaborou posteriormente com a troca do dispositivo e que não houve intenção de fuga.

 

Condenação e próximos passos judiciais

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em decorrência da ação penal referente à trama golpista. Esta condenação, juntamente com a de outros réus envolvidos no processo, poderá ter suas penas executadas nas próximas semanas, conforme o andamento processual e as decisões finais da Justiça.

 

Na semana anterior à sua prisão, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou os embargos de declaração apresentados pelo ex-presidente e por outros seis acusados. Esses recursos tinham como objetivo reverter as condenações iniciais e evitar a imediata execução das penas em regime fechado, configurando um avanço significativo nas ações judiciais contra os envolvidos nos eventos investigados.

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