
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, formalizou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025. A solicitação visa garantir que, caso sua condenação pela trama golpista seja confirmada e precise ser cumprida imediatamente pela Corte, ele possa permanecer detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.
Torres, que foi sentenciado a 24 anos de prisão, atualmente aguarda o julgamento de recursos em liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica. Sua defesa busca assegurar que o local de cumprimento de uma eventual pena atenda às suas condições específicas, citando tanto sua carreira na corporação quanto questões de segurança pessoal.
No documento encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, os advogados de Anderson Torres informaram que pretendem protocolar um novo recurso contra a condenação até o dia 3 de dezembro. Contudo, em uma perspectiva preventiva, solicitaram que, se o ministro Alexandre de Moraes determinar a execução imediata da pena, o cumprimento ocorra na superintendência da PF ou no Batalhão de Aviação Operacional (BAVOP) da Polícia Militar.
A defesa enfatizou que Anderson Torres é delegado de carreira da Polícia Federal, o que justificaria um local de custódia diferenciado. Além disso, destacou que o ex-ministro já foi alvo de ameaças de morte durante o período em que ocupou o cargo de secretário de segurança e que atualmente faz uso de medicação para tratar depressão, condições que reforçam a necessidade de um ambiente seguro e adequado.
"Na eventual hipótese de determinação da execução antecipada da pena, pugna-se que o cumprimento da reprimenda se dê na Superintendência da Polícia Federal no DF ou no Batalhão de Aviação Operacional (BAVOP), ou, ainda, em estabelecimento congênere, compatível com a condição funcional do sentenciado e necessário à sua proteção", declarou a defesa no pedido oficial.
O pedido formalizado ressalta a preocupação dos advogados com a integridade física e mental de seu cliente, argumentando que a condição funcional de delegado de carreira e os históricos de ameaças justificam a solicitação por locais de detenção específicos, em vez de prisões comuns, caso a execução da pena seja iniciada de forma antecipada.
No último dia 14 de novembro, a Primeira Turma do STF manteve a condenação de Anderson Torres, do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais réus envolvidos na ação penal do Núcleo 1 da chamada trama golpista. A decisão consolidou as sentenças proferidas anteriormente pelo colegiado, ratificando a posição da Corte sobre o caso.
A publicação do acórdão, que ocorreu na semana passada, abriu prazo para que as defesas de Bolsonaro e dos seus aliados apresentassem novos recursos, na tentativa de evitar o início imediato do cumprimento das penas. Esse prazo finalizou na mesma segunda-feira, 24 de novembro, às 23h59, marcando um momento crucial para os próximos passos processuais dos condenados.