
Enquanto Três Lagoas amplia conquistas educacionais e reforça sua política de valorização dos profissionais do magistério, Campo Grande vive um momento de estagnação. Nenhuma escola da capital foi reconhecida pelo Prêmio MS Alfabetiza 2025, promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul. O contraste entre as duas maiores cidades do estado expõe realidades opostas na condução da educação pública.
Três Lagoas liderou o número de escolas premiadas em todo o estado: foram 13 unidades entre as 36 selecionadas. Além disso, superou a meta nacional de alfabetização ao alcançar 82,99% de crianças alfabetizadas até o 2º ano do Ensino Fundamental — índice superior à meta de 80% prevista para 2030. Cada escola reconhecida receberá 80 mil reais para fortalecer suas ações pedagógicas.
A conquista foi celebrada com entusiasmo pelo prefeito Dr. Cassiano Maia, que destacou o esforço conjunto das equipes escolares: “A educação de Três Lagoas eleva ainda mais o nosso município para todo esse progresso e desenvolvimento que temos ainda para percorrer”, afirmou.
Valorização docente é diferencial em Três Lagoas
O desempenho educacional da cidade é sustentado por uma política concreta de valorização salarial. Em 2025, o município concedeu um reajuste de 13,06% aos profissionais da educação, com retroativo a janeiro. Os salários pagos estão entre os mais altos de Mato Grosso do Sul: professores com nível superior recebem 11.166,79 reais e, com nível médio, 7.444,53 reais.
No ranking estadual de remuneração, Três Lagoas ocupa o segundo lugar entre os 79 municípios sul-mato-grossenses, atrás apenas da rede estadual. Esses números reforçam o compromisso da gestão municipal com uma educação de qualidade, ancorada na valorização de quem atua diretamente na formação das novas gerações.
Campo Grande: ausência e descompasso com a base da educação
Na contramão desses avanços, Campo Grande não teve nenhuma escola premiada. A ausência da capital sul-mato-grossense na lista estadual levanta preocupações sobre o rumo das políticas educacionais locais e o comprometimento da gestão municipal com a educação básica.
Apesar de um reajuste de 6,27% em 2025 para seguir o novo piso nacional, a Prefeitura da capital ainda não cumpriu integralmente a lei municipal que prevê um aumento adicional de 12% em setembro — tema que permanece em debate com a Câmara de Vereadores.
A insatisfação da categoria aumentou após o reajuste de abril nos salários do alto escalão: 66,77% no subsídio da prefeita e 63,7% para os secretários. A disparidade entre os percentuais pagos à gestão e aos educadores provocou revolta entre os professores, que apontam falta de prioridade com a educação.
Atualmente, Campo Grande paga 8.851,42 reais para docentes com nível superior e 5.990,94 reais para o nível médio — ocupando apenas o 5º e o 10º lugares no ranking estadual. Cidades menores, como Água Clara e Angélica, já superam a capital em valorização salarial.
Dois modelos, dois resultados
Os dados revelam duas gestões com visões distintas sobre o papel da educação. Três Lagoas investe em resultados, metas claras e valorização concreta dos profissionais, colhendo reconhecimento estadual e resultados pedagógicos acima da média. Campo Grande, por sua vez, enfrenta críticas por sua ausência em premiações e pela defasagem no reconhecimento aos educadores.
A situação da capital funciona como um sinal de alerta. A ausência total de escolas premiadas e os impasses salariais expõem um cenário que afeta diretamente milhares de alunos. A experiência de Três Lagoas demonstra que é possível transformar a realidade educacional por meio de escolhas políticas bem direcionadas.
Escolas premiadas de Três Lagoas: