
Reforçando seu papel de liderança e conciliador dentro da direita brasileira, Reinaldo Azambuja oficializou neste domingo (21) sua filiação ao Partido Liberal (PL), em um evento marcado por forte mobilização popular e significativa presença de apoiadores vestidos de verde e amarelo. O ex-governador de Mato Grosso do Sul destacou a importância de respeitar as diferenças internas do partido e trabalhar pela coesão.
“Claro que tem divergência. Tem gente que não concorda. Eu falei esses dias: se todo mundo falasse a mesma língua, não chamaria partido, seria unido. Partido é porque tem partes e nós temos que respeitar. Eu vou montar um PL mais forte, mais unido pra enfrentar um adversário comum. Esse é o objetivo”, afirmou Azambuja, revelando seu compromisso com a construção de uma legenda sólida e preparada para os desafios eleitorais de 2026.
Trajetória contra o PT
Com décadas de atuação política, Reinaldo Azambuja também relembrou sua trajetória marcada por disputas eleitorais contra o Partido dos Trabalhadores. “Em 1997, na Prefeitura de Maracaju, eu enfrentei o PT. Em 2000, na minha reeleição em Maracaju, quando tive 93% de aprovação, enfrentei novamente o PT. Em 2006, como deputado estadual, também enfrentamos o PT. Em 2014, vocês se lembram: o então candidato prometeu, mas esqueceu de combinar com a população”, recordou.
Com base nessa experiência, o ex-governador alertou para os riscos da fragmentação política: “Não é inteligente dividir o Centro Direita, porque aí a esquerda acaba ocupando um espaço, e muitas vezes a vitória nas eleições”.
A ficha de filiação de Azambuja foi abonada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. O ato político teve forte simbologia e projeção nacional, contando com o apoio do senador Rogério Marinho (PL-RN), articulador da entrada do ex-governador na legenda a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Valdemar, a chegada de Azambuja representa uma conquista estratégica para o PL e para o projeto conservador no Mato Grosso do Sul.
O dirigente destacou ainda que Reinaldo terá total autonomia na condução da sigla no Estado. “Ele tem o comando do partido aqui em Mato Grosso do Sul. Essa foi a maior conquista que Rogério Marinho e o Bolsonaro trouxeram para o partido. Foi um grande acerto”, declarou Valdemar.
Compromisso com o Estado
Mesmo sendo apontado como favorito para ocupar uma das vagas ao Senado em 2026, Azambuja reforçou que sua prioridade, neste momento, é assegurar a reeleição do governador Eduardo Riedel (PP). “A meta principal é garantir o segundo mandato do Riedel”, destacou.
Com forte respaldo popular e liderança nas pesquisas, Azambuja supera nomes como a atual vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, que era considerada até então a principal aposta regional do bolsonarismo para o Senado.
Cenário nacional
Reinaldo Azambuja também apresentou uma avaliação crítica sobre o atual governo federal. Em sua visão, o país enfrenta desafios econômicos graves. “O governo Lula está quebrando o Brasil. Temos problemas estruturantes seríssimos. Se você analisar os indicadores econômicos para 2027, pode faltar dinheiro para pagar servidor público federal”, alertou.
O ex-governador também questionou a ampliação da máquina pública: “Pra que 39 ministérios? É para gastar dinheiro à toa”, afirmou, defendendo a racionalização dos gastos públicos.
Azambuja reiterou seu compromisso com o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Caso seja candidato ao Senado, sua proposta é trabalhar por mais investimentos em infraestrutura, recursos para os municípios e fortalecimento da saúde pública. “Quero ajudar Mato Grosso do Sul em Brasília. Trazer recursos para os municípios, melhorar a infraestrutura logística para termos mais competitividade e ampliar o apoio aos hospitais públicos e filantrópicos, porque está ficando insustentável bancar totalmente com congelamento da tabela SUS”, explicou.
Protagonismo
O Partido Liberal tem sido destaque entre as legendas com maior apoio financeiro, recebendo, de janeiro a agosto, quase 128 milhões de reais do Fundo Partidário, conforme dados do TSE. Esse aporte reforça a estrutura nacional da sigla e possibilita ampliar projetos estratégicos nos estados, como a consolidação da presença de Azambuja em Mato Grosso do Sul.
Ao deixar o PSDB após 30 anos, Reinaldo Azambuja abraça um novo ciclo com gratidão e disposição para somar esforços: “Aceito esse desafio porque acredito que é preciso fortalecer a direita em Mato Grosso do Sul e trabalhar por um futuro melhor para o Estado e para o Brasil”.